Poesias

DE QUE ADIANTA

De que adianta olhar para trás,
prantear-se sobre os espelhos da memória,
arrepender-se no porão das culpas?

A alegria é um mostrar os dentes à alegria,
das veias um brotar de anjos, relâmpagos, demônios...
o corpo a dançar por todos os desejos, sôfrego, louco animal de carga...
e o destino a carregar a dor.

De que adianta galgar o Gólgota sob a cruz
ou ébrio de esperança agarrar-se ao coração
e levantar do lodo o esqueleto e o sonho?

A alegria sempre há de renascer,
mesmo depois da morte,
e a morte que não se aparta da vida,
teimosa, há de reviver.


11/05/2010

 

 

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